MM Gerdau: Museu das Minas e do Metal inaugura exposição Jardim Mineral, reunindo trabalhos selecionados por meio do edital do programa CoMciência

Pelo 3º ano consecutivo, MM Gerdau promove exposição reunindo trabalhos que estabelecem um diálogo entre arte, ciência e tecnologia. Os artistas participaram de uma residência artística com mentores multidisciplinares e os resultados deste processo poderão ser conferidos agora nesta exposição

O programa CoMciência, promovido pelo MM Gerdau, chega em 2021 em sua 3ª edição. Criado com o objetivo de abrir espaços para propostas que promovam reflexões sobre a relação arte, ciência e tecnologia, o programa foi reestruturado e ressurgiu com uma versão mais completa e integrada aos objetivos e ao acervo do Museu. A proposta foi se voltar para dentro da instituição, propondo aos artistas selecionados uma imersão pelo acervo mineralógico. “O fator inovador desta edição foi a completa imersão dos artistas no acervo e na rotina do museu por meio da Residência Artística. Este modus operandi dos processos expositivos nos permitiu acompanhar o processo criativo dos artistas e o desenvolvimento das obras, que brindam o público com sua poética e discussão científica”, destaca Márcia Guimarães, diretora do MM Gerdau.

Nesse sentido, o programa proporcionado por meio do edital foi na verdade um convite para que artistas, cientistas, pesquisadores e profissionais criativos pudessem acessar o acervo do museu e, a partir dessa imersão, elegessem referências para a criação de um jardim de obras de arte, construído de forma híbrida (digital e presencialmente), tendo como inspiração e ponto de partida o acervo mineral da instituição.  “Na sua célebre elaboração do conceito de heterotopia, o filósofo francês Michel Foucault evoca o jardim como o mais antigo exemplo do princípio de sobreposição de diversos lugares incompatíveis no mesmo espaço real. A configuração cuidadosa da vegetação nos jardins persas, aponta ele, pretendia formar um microcosmo que correspondesse, física e espiritualmente, ao mundo inteiro Ao longo do programa de residência Jardim Mineral, muitas foram as oportunidades de explorar essa diversidade constitutiva, por meio de uma intensa programação de trocas dos artistas uns com os outros, com interlocutores convidados e com funcionários de praticamente todos os setores do MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal”, sintetiza Gabriel Menotti, um dos curadores do programa.

Os vencedores foram escolhidos a partir de suas trajetórias e conexões com as temáticas do programa e desenvolveram seus trabalhos durante um processo de residência artística acompanhado por mentores multidisciplinares. Desta forma, a exposição apresenta obras de 10 participantes nas seguintes categorias: nativo digital, site-especific e escrita.  

Sobre os trabalhos e artistas apresentados

 Categoria Nativo Digital

Infinitum, de Mari Nagem e Thiago Hersan

Tamanho: 1920 x ∞ pixels

Técnica: Scroll web interativo

Infinitum parte da concepção antropocêntrica integrada à nossa relação com as redes sociais, que interpreta os recursos terrestres e, cada vez mais, os recursos cosmológicos como infinitos, explorando-os incomensuravelmente. Uma rocha de cimento desenha uma montanha, enquanto que, abaixo do solo, os diferentes minerais se tornam camadas de tempo em um scroll infinito. Na busca de satisfações instantâneas, apesar de toda a textura mundana, cava-se com os dedos um banco de dados de atmosfera lisa e sem fim.

Sobre os artistas

Mari Nagem e Thiago Hersan são artistas transmídia interessados em remodelar as experiências humanas por meio de uma abordagem interdisciplinar e sensível à tecnologia. Com práticas, metodologias e habilidades distintas, desenvolvem projetos baseados em experimentações materiais e tecnológicas apoiadas por questões filosóficas e uma contínua reinterpretação das fronteiras entre o natural, o artificial e o comum. Nascidos em Belo Horizonte e São Paulo, respectivamente, interpretam e percebem o mundo de forma híbrida e sensorial, cruzando mares e desenvolvendo projetos tanto no Brasil quanto no exterior.

LEGENDA, de Ivone Villamil

Título: Saudades da Terra

Técnica: Vídeo

Este trabalho é na verdade um convite para pensarmos em relação às escalas do tempo, à existência, aos processos transformadores da crosta terrestre e a nós, humanos, como agentes e sujeitos temporais dessas transformações. A obra se constrói na soma da experiência sensível e formal com os minerais e com a paisagem da Serra do Curral, as aproximações com as ciências da Terra e a imersão no acervo de Museu, com especial atenção aos minerais de ferro, suas propriedades, ambientes geológicos e seu papel no desenvolvimento da humanidade. A experiência com microfones e dispositivos de escuta dos elementos e fenômenos da Terra propõe a percepção e o corpo como vias para refletir sobre as memórias (geológica e humana), na construção de outras possibilidades de entendimento e relação com a natureza. Reforça essa narrativa uma seleção de fragmentos de textos diversos provenientes da ciência, do esoterismo e da literatura, multiplicando os caminhos de troca e o diálogo no encontro com o espectador.

Sobre a artista

Ivonne Villamil é artista e pesquisadora. Atualmente, realiza pesquisa voltada para dispositivos e práticas de escuta na estreita relação entre matéria, memória e território na América Latina, explorando a partir de um dos componentes da Ecologia Acústica: a geofonia ou sons da Terra. Seus projetos incluem diferentes mídias, tais como a instalação, escultura, desenho, arte sonora, audiovisual ou a performance, criando narrativas múltiplas, que vão desde a geopolítica até a poética e a tecnologia na relação entre o corpo e a natureza. Doutoranda do Programa La Realidad Asediada. Concepto, Proceso y Experimentación Artística, na Universidade de Barcelona, sob tutela do artista sonoro e escultor Josep Cerdà. Integrante do GIIP – Grupo Internacional e Interinstitucional de Pesquisa em Arte, Ciência e Tecnologia da UNESP. Seu trabalho e pesquisa têm obtido diversos reconhecimentos, incluindo Residência HANGAR – Centro de Produção e Pesquisa em Artes Visuais, Barcelona; Prêmio para Artistas de Trayectoria Intermedia do Ministério de Cultura da Colômbia; Bolsa para estudos de Doutorado no Exterior do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; Residência na Cité Internationale Universitaire de Paris. Participou de eventos, tais como o Simpósio Internacional de Inovação em Mídias Interativas, UPV; Festival Sónar de Barcelona; Encontro do Instituto Hemisférico de Política e Performance das Américas, NYU; ArtBo Feira de Arte de Bogotá, Supermarket Art Fair, Estocolmo; entre outros.

Notas sobre o comportamento do alumínio, de Keila Z.

Técnica: Peça sonora

Em uma narrativa que interconecta memórias coletivas, dados científicos e poética, a peça sonora “Notas sobre o comportamento do alumínio” relata o encontro entre um organismo não identificado e o elemento químico alumínio. Esse encontro se dá no centro da Terra, deslocando-se através de suas camadas e culminando na superfície do atual antropoceno. Em uma temporalidade não linear, os episódios vão se fundindo, produzindo sonoridades e memórias da encruzilhada entre o elemento alumínio com corpos humanos, animais, vegetais e minerais.

Sobre a artista

Keila Z (1984) transita entre os territórios das ciências e das artes. É bióloga, pesquisadora e arte-cientista. Pesquisa produção, uso e evolução das paisagens sonoras e as sonoridades de elementos e organismos. Também desenvolve projetos nas áreas de preservação da memória e do patrimônio cultural, popularização do conhecimento científico e uso de tecnologias inclusivas e de código aberto. Atualmente, é doutoranda em Ecologia e Evolução pela UERJ.  Acredita na importância de todo tipo de conhecimento, perpassando os tradicionais, os científicos e os acumulados ao longo da trajetória de vida e na transdisciplinaridade como uma das vias para construção de uma equidade social, em que são valorizadas e compartilhadas as ideias e saberes plurais.

O coro dos minerais, de Samuel Van Ransbeeck

Durante as décadas recentes, terranautas embarcaram numa expedição de exploração do terceiro planeta. Objetivo: encontrar os minerais e descobrir os mistérios do globo. Durante essas expedições, os terranautas encontraram uma variedade enorme de minerais e metais, reunindo  formas e cores muito diversas. Muitos deles estão expostos no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal.  Enquanto sabemos muita coisa sobre a história deles, as origens, as características químicas e físicas, recentemente o nosso extraterrestre Tetê, personagem do MM Gerdau, demonstrou que alguns minerais cantam, mas só ele consegue ouvir. Por meio desta obra, os visitantes poderão ouvir essas canções. O visitante poderá se juntar com amigos e criar um coro de minerais. Às vezes soará bem, às vezes pode soar um pouco estranho, mas o que vale é a experiência.

Sobre o artista

Samuel Van Ransbeeck (1984) é artista sonoro e pesquisador. Possui doutorado em Arte Interativa pela Universidade Católica Portuguesa. O seu trabalho foca em três campos: sonificação (a tradução de dados em som), paisagens sonoras e humanidades digitais, em que o artista busca novas maneiras para explorar acervos com experiências estéticas.

Kulúnda, de Anastácio e Vamoss

Suporte: Tela digital

Técnica: Programação criativa em ThreeJs e p5Js

Colaboração: Capitã Pedrina de Lourdes e Victor Dias

Acervo de imagens: bndigital.bn.gov.br/acervodigital

Kulúnda é um mineral digital. Em sua estrutura estão sedimentados alguns dados, visuais e sonoros, que resgatam fragmentos de memória do processo de escravização do povo Bantu, durante o princípio da mineração no Brasil Colonial.  Esse mineral tem a característica de cristalizar nossa memória, a partir do envolvimento e da relação que estabelecemos com a nossa história. Kulúnda reflete imagens desse período e produz ressonância com cantos entoados por negros escravizados nas lavras de diamantes, nas regiões de Serro e Diamantina, conhecidos como Vissungos. Para  fazer o mineral digital crescer, é necessário clicar na tela no ritmo do Vissungo tocado. Ao girar Kulúnda e explorar as imagens armazenadas no mineral, é possível sentir os reflexos e ressonâncias vividas pelo  povo Bantu nesse período.

Sobre os artistas

Anastácio é artista plástico e pesquisador com mestrado em Artes Visuais (PPGAV-EBA. Desenvolve sua prática nas áreas de tecnologias híbridas, vídeo arte, creative coding, dispositivos interativos, arte sonora, sonificação e mediação sociopolítica. Expôs trabalhos em diversos espaços como: MAM da Bahia, Museu do Amanhã, British Academy, Oi Futuro, Casa Rio, CMAHO, Festival de Cultura Digital, Casa França Brasil, Circo Voador, entre outros. Seu processo de criação costuma fazer uso da tecnologia aplicada a determinados contextos para provocar reflexões  do “imbricar das dinâmicas e relações sociais” com o meio habitado.

Carlos Oliveira (Vamoss) é artista-programador e Diretor de Tecnologia na SuperUber desde 2011. Ele integra conteúdo, hardware, software, design e arquitetura para desenvolver projetos únicos. Graduado em Design e Mestre em Economia Criativa pela ESPM-Rio, trabalha com mídia interativa desde 2004, desenvolvendo projetos para espaços físicos, celular e web. Doutorando em Artes na UFRJ, no mestrado se engajou com a comunidade de programação criativa no Brasil para criar o EncontrosDigitais.com.br, uma plataforma colaborativa para compartilhar conhecimento entre programadores criativos e a sociedade.

Aquelas que não estão, de Pedro Hurpia

Técnica: vídeo

Dimensões: 1920 x 1080px

Duração: loop

Som: estéreo

Durante sua residência artística no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, Pedro Hurpia se debruçou sobre as amostras condicionadas nas estantes e armários da Reserva Técnica. Ao trazer a luz esse rico acervo inacessível ao público, o artista explora narrativas ficcionais, que especulam uma inversão de perspectiva na relação entre seres humanos e não-humanos, atribuindo capacidades de pensamento e percepção a estes diversos minerais, que se encontram resguardados no Museu. Temas como o tempo profundo da geologia, a crença em pedras curativas, o deslocamento das rochas, a composição estrutural dos minérios, entre outros, são abordados pelo artista de maneira poética e subjetiva, com o intuito de traçar pontos correspondentes entre arte e ciência.

Sobre o artista

Pedro Hurpia (1976) é artista visual e pesquisador. Possui mestrado em Artes Visuais pela Unicamp, é artista convidado da TSOEG – Escola Temporal de Geografia Experimental (Reino Unido) e colaborador na Fundação SEA Tilburg (Holanda). Em sua prática artística, trabalha relações entre a ciência e crenças populares. Utiliza estratégias especulativas de criação, propondo narrativas ficcionais, que investigam a origem e processos de fenômenos naturais e anomalias geofísicas. Está especialmente interessado em questionar contrários binários, o que amplia a análise de seu trabalho, deixando em aberto a certeza do que é real ou fictício.

Categoria Site-Specific

Imagem-Matéria, de Mari Fraga

A instalação propõe relações entre imagens e matérias e levanta reflexões sobre o colapso de escalas entre o micro e o macro, a memória da Terra, a memória humana e os agenciamentos humanos na natureza por meio da ciência e da exploração sistemática de recursos minerais. Tecnologias obsoletas convidam a viajar no tempo e evocam o percurso humano em busca da tradução de matérias em imagens e imagens em matérias. O princípio óptico da fotografia toma forma em um dispositivo artesanal, que produz imagens a partir de focos de luz, slide 35mm, lentes e minerais. A composição laminada da Muscovita aparece de diversas formas, como fragmentos de tempo condensado, que são desfolhados pelo espaço. O tempo geológico, o tempo histórico-tecnológico e o tempo da memória afetiva se confundem neste laboratório ficcional que, como uma fita de Möbius, dobra-se na vertigem espaço-temporal, retomando imagens e matérias a cada etapa do processo: rochas que tornam-se telas para projeção de imagens; imagens formadas por minerais; películas fotográficas com sais de prata; lâminas de rochas no microscópio; superfícies em diversas escalas; imagens aéreas; mapas; projetores de diversas épocas; lentes óticas; amostras do acervo; pintura e outras experimentações.

Sobre a artista

Mari Fraga é artista, pesquisadora e professora de Artes Visuais – Escultura da Escola de Belas Artes, UFRJ. Doutora em Processos Artísticos Contemporâneos (UERJ, 2016), é criadora e editora da Revista Carbono (www.revistacarbono.com) – publicação online que propõe diálogos entre pesquisas artísticas e científicas.  Foi doutoranda visitante na Konstfack University of Arts, Crafts and Design (Suécia), com bolsa Capes PDSE. Trabalha em diversas mídias, como escultura, fotografia, vídeo, pintura e instalações. Entre as principais exposições estão as individuais Minério-Hemorragia (Espaço Cultural Sérgio Porto, 2018), Tempo Fóssil, (Galeria Ibeu, 2016) e On Oil (SU Gallery Konstfack, Estocolmo, 2015).  Investiga a intervenção do agente humano na natureza, a dicotomia entre natural e artificial, o Antropoceno e as Mudanças Climáticas, a mineração e os usos da Terra, experimentando analogias entre corpo e Terra, com inspirações no Ecofeminismo. Integrante da Cooperativa de Mulheres Artistas e do grupo de pesquisa GAE Arte:Ecologias, onde coordena os projetos de pesquisa “GeoAstro-poéticas” e “Agente Húmus: práticas cooperativas em arte, agroecologia e ecofeminismo”.

Entropia mineral, de Lucas Bambozzi e Fernando Velázquez

Opereta

Técnica: minerais, motores, controladores, lanterna laser, monitor, câmera, alto-falantes e algoritmo personalizado.

Colaboradores: Herbert Baioco e Gustavo Milward

A obra é uma instalação criada a partir de um sistema em estado de testes que envolve representação, aferição de propriedades, reconhecimento de padrões e tensão entre elementos. O projeto consiste em um conjunto de experimentos em movimentos repetidos, que amplificam o comportamento discreto associado às coisas naturais. Na obra, as propriedades piezoelétricas, magnéticas, condutoras, isolantes, de transparência ou reflexivas, da magnetita, calcita, fluorita, mica e quartzo passam a se fazer sentir em condições visuais, sonoras e espaciais. Numa escala quântica, em que tudo parece se reduzir ao movimento, é o som o elemento que confere forma aos eventos, submetidos às condições hipotéticas de uma tectônica ínfima. Nos interessa a ideia de um moto contínuo que contraste o tempo geológico com o tempo em escala humana,estimulando narrativas que evocam paradigmas científicos, tecnológicos e epistemológicos.

Sobre os artistas

Fernando Velázquez é artista e curador. Suas obras incluem vídeos, instalações e objetos interativos, performances audiovisuais e imagens geradas com recursos algorítmicos. Mestre em Moda, Arte e Cultura pelo Senac-SP, pós-graduado em Video e Tecnologias On e Off-line pelo Mecad de Barcelona, participa de exposições no Brasil e no exterior com destaque para a Emoção Art.ficial Bienal de Arte e Tecnologia (Brasil, 2012), Bienal do Mercosul (2009), Mapping Festival (Suiça, 2011), WRO Biennale (Polônia 2011) e o Pocket Film Festival no Centro Pompidou (Paris, 2007). Recebeu, dentre outros, o Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia (Brasil, 2009), Mídias Locativas Arte.mov (Brasil, 2008) e o Vida Artificial (Espanha, 2008). É professor da pós em Gestão Cultural do Itaú Cultual/Singularidades.

Lucas Bambozzi é artista e pesquisador em mídias digitais. Trabalha em meios como vídeo, filme, instalação, obras site-specific, performances audiovisuais e projetos interativos. Seus trabalhos já foram mostrados em mais de 40 países. Foi curador do Sónar SP (2004), Life Goes Mobile (2004-2005), ON_OFF (Itau Cultural 2012-2019), do projeto Multitude (2014) e do Visualismo, Arte, Tecnologia e Cidade (2015). É um dos criadores do Arte.mov festival de arte em mídias móveis (2006-2012), do Labmovel (2012-2016), Prenúncios + Catástrofes (Sesc Pompeia, 2018) e do AVXLab (2017). Foi artista  residente no Caiia-Star Centre/i-Dat e concluiu seu Mphil na universidade de Plymouth, Inglaterra. É doutor em Ciências pela FAUUSP e professor no curso de Artes Visuais na FAAP.

Astroblema, de Elias Maroso

Dimensões:

Técnica: Instalação site-specific. Peças escultóricas em poliestireno com impressão digital, lâmpada LED, adesivo vinil autocolante e peças em cobre fotocorroído.

Astroblema é uma instalação artística concebida especificamente para o hall de entrada do Museu das Minas e do Metal e que tem como assunto de disparo as estruturas de impacto provocadas por meteoritos na superfície da Terra. A partir de estudos geológicos dedicados à morfologia dessas impressionantes crateras, Elias Maroso constrói um conjunto de volumes geométricos, o qual sugere a colisão de um fragmento alienígena no interior do museu. Astroblema se insere na poética de seu autor ao articular paradoxos de construir composições de aspecto desconstruído, traçando, neste caso, um paralelo com conhecimentos da geologia e com eventos naturais que ultrapassam a dimensão humana.

Sobre o artista

Elias Maroso é artista e pesquisador. Doutor em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ênfase em Linguagens e Contextos de Criação. Dedica-se à produção de objetos, intervenções no espaço e dispositivos energéticos, relacionando diferentes meios e referências de estudo. Membro-fundador do projeto Sala Dobradiça, pelo qual participou da 7ª e 8ª Bienal do Mercosul, produzindo junto dessa iniciativa, exposições com artistas do Brasil e exterior. Em sua atuação recente, realizou trabalhos no Druckwerkstatt, Kunst Quartier Bethanien (Berlim/Alemanha), via Goethe-Institut, e para o Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea, além de ser indicado ao Prêmio PIPA de Arte Contemporânea (Ano 11), sendo finalista da modalidade Prêmio PIPA Online 2020. Neste ano de 2021, desenvolve obras para o Programa CoMciência do MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal (Belo Horizonte/MG) e passa a integrar o quadro de artistas da 13ª Bienal do Mercosul. Possui obras no acervo do Instituto PIPA, Rio de Janeiro/RJ (coleção Deslocamentos).