FEMUSC inspira a criação de festivais de música no México, Equador e Chile
Reconhecido pela excelência no ensino e na apresentação de música clássica, o Festival de Santa Catarina, em Jaraguá do Sul, levou alunos a replicarem seu modelo em outros países
Foto: WeArt
Ao longo de seus 20 anos de existência, o Festival Internacional de Música de Santa Catarina, que ocorre anualmente em Jaraguá do Sul, expandiu as fronteiras e impactou a formação musical internacional, tornando-se referência para a criação de outros festivais.
Atualmente, eventos inspirados no FEMUSC acontecem em Guaranda, no Equador; Querétaro, no México; e Santiago, no Chile.
Veja os projetos:
Músicos no concerto de encerramento do 5º Festival Internacional de Música de Querétaro – Foto: FIMQRO
México: Festival Internacional de Música de Querétaro
O contrabaixista e maestro mexicano Ezequiel Domínguez participou cinco vezes do FEMUSC e, em 2013, fundou o Festival Internacional de Música de Querétaro (FIMQRO).
Ezequiel decidiu replicar o modelo do festival para impulsionar o desenvolvimento musical em sua cidade natal, oferecendo programas educativos e apresentações. Em oito edições, o FIMQRO reuniu mais de mil jovens latinos e se tornou um dos mais importantes do país.
Assim como o FEMUSC Jovem e o FEMUSCKINHO, o FIMQRO também oferece formação para crianças e jovens. “Alguns dos nossos primeiros alunos agora fazem parte das principais orquestras sinfônicas do México, enquanto outros continuam seus estudos no exterior”, comenta Ezequiel.
“O FEMUSC não apenas transforma vidas, mas também inspira projetos que levam sua essência a outras partes do mundo.”
Clarinetistas ensaiando durante o 1º Encuentro Internacional de Clarinete – Foto: Clarinete Chile
Chile: Encuentro Internacional de Clarinete (EIC)
A chilena Karla Rodríguez se inspirou no curso de clarinete do FEMUSC para fundar o Encuentro Internacional de Clarinete (EIC). A primeira edição aconteceu em Santiago, em 2024, com seis professores de universidades internacionais, incluindo a clarinetista espanhola Laura Ruiz Ferreres, professora do FEMUSC e mentora de Karla durante seu mestrado em Frankfurt. Neste ano, Karla participa do FEMUSC pela terceira vez.
Para ela, o EIC amplia o cenário da música clássica no Chile e inspira jovens, assim como foi inspirada pelo FEMUSC. O evento ofereceu 50 vagas, mas atraiu mais de 80 clarinetistas de várias regiões do Chile e de países como Argentina e Peru. “Ver esse encontro crescer e atrair músicos de tantos lugares é gratificante, pois representa o futuro da música clássica na região”, afirma Karla.
Jovens do Equador em aula de violino durante o 3º Festival de Música Guaranda – Foto: BASS Producción
Equador: Festival de Música Guaranda
Criado em 2017 pelo contrabaixista William Valencia, o Festival de Música Guaranda busca oferecer formação cultural para músicos profissionais e iniciantes. “Queria criar algo assim no Equador, pois não havia iniciativas semelhantes, e muitas pessoas não tinham recursos para estudar fora”, relembra.
O festival promove educação com seminários, oficinas e aulas para músicos e não músicos. “Já tivemos professores de 12 países, incluindo Estados Unidos, México, El Salvador, Honduras, Panamá, Colômbia, Peru, Argentina e Brasil”, afirma William.
Em 2019, o evento realizou uma turnê internacional, levando músicos a diversas cidades do Equador e da Colômbia. “Nosso festival descentraliza o ensino e amplia o acesso à formação musical, reunindo talentos de todo o país e enriquecendo a cena local”.
Modelo pode ser replicado também na Rússia
O professor Filipp Nodel, oboísta do Conservatório Estatal de Moscou, planeja levar o modelo do FEMUSC também para a Rússia. “Sempre sonhamos com algo assim. Embora tenhamos muitos festivais, nenhum tem a mesma magnitude e dinamismo”, afirma, durante visita ao FEMUSC 2025.
Nodel ressalta a importância pedagógica e cultural de festivais-escola para fortalecer laços entre músicos de países emergentes. “Temos um projeto em Moscou chamado Orquestra Jovem BRICS, onde vejo muitos músicos brasileiros. Agora, queremos fortalecer ainda mais essa conexão.”
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