Episódio inédito de ‘Cinéticas’ apresenta o cinema de Jorane Castro com a força da Amazônia e das mulheres latino-americanas

A imensidão e a riqueza da Amazônia dão frutos que vão muito além das árvores e das águas. Sua força traz também histórias e pessoas que vivem e representam a floresta, como Jorane Castro. A cineasta é a última a ter o perfil apresentado e analisado na série inédita “Cinéticas”, no episódio “Jorane Castro – A Amazônia Como Protagonista no Cinema”, que estreia com exclusividade no canal Curta! na quarta, dia 7. Dividida em nove episódios, a série, viabilizada pelo canal através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), apresenta o perfil, as obras e as ideias de cineastas latino-americanas.
 

Com direção de Cecília da Fonte e Caroline Margoni, o episódio disseca o cinema de Jorane a partir de sua profunda e intrínseca ligação com a natureza. Sob os pés de uma enorme árvore, ela mostra seu perfeccionismo, o cuidado técnico com as luzes e as lentes que escolhe para apresentar suas visões. E do hobby da canoagem, tira lições e leva aprendizados para seu cotidiano profissional. O episódio acompanha Jorane nas manhãs calmas remando numa canoa, onde aprendeu que o companheirismo e a parceria são valores fundamentais para criar um bom filme.
 

“Quando estamos todos remando e fazendo o movimento na mesma sincronia, temos a impressão de que estamos voando. Por outro lado, quando há algum descompasso, é uma dificuldade para avançar. Essa percepção da canoa é muito parecida com a nossa atividade, que precisa de sintonia, com todos focados no mesmo objetivo. O cinema é assim”, avalia.
 

Nascida em Belém, Jorane é neta da primeira mulher dentista com consultório na capital paraense. Dela e de sua mãe socióloga, traz a força feminina que move gerações e sonhos. Para realizar esses sonhos, ela diz que procura trabalhar com pessoas que acreditam nos mesmos objetivos.
 

Diretora de filmes como “Mulheres Choradeiras” (2001), selecionado para o festival de Cannes, “Para Ter Onde Ir” (2016) e Terruá Pará (2023), Jorane começou a se expressar artisticamente a partir da fotografia, na adolescência. Mas quis ampliar suas práticas para contar a dimensão das histórias que via acontecer na Amazônia, então resolveu explorar um campo maior de possibilidades.
 

“Enquanto fazia fotografia, eu pensava em acrescentar o movimento, fazer uma sequência. Trabalhei também com imagens de sequências projetadas em slide, já buscando essa sintonia com uma linguagem narrativa mais longa”, conta ela.
 

O episódio investiga o processo criativo da diretora, que explica como seu cinema é feito e analisa algumas cenas de suas obras. A cineasta aborda também como as experiências em sala de aula como professora e doutoranda influencia suas ideias e práticas.
 

Jorane lança mão da natureza e da riqueza do povo brasileiro como um elemento narrativo. As culturas, os sotaques e as paisagens oferecem conhecimentos diferenciados. Para ela, as mulheres diretoras representam um olhar único.
 

“A minha experiência com as narrativas da Amazônia me legitima com todas as outras narrativas que podem ser feitas na América Latina. Fazer cinema no Brasil, na América Latina, na Amazônia, é uma decisão de vida”, afirma.
 

Com nove episódios de 26 minutos, “Cinéticas” é uma produção da Alumia Filmes com direção geral e roteiro de Caroline Margoni. Além de Jorane Castro, a série apresenta as obras e os processos criativos de Carolina Markowicz, Everlane Moraes, Dominga Sotomayor, Glenda Nicácio, Lucía Garibaldi, Graci Guarani, Renata Pinheiro e Inés Barrionuevo. Os episódios podem ser vistos no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br), um dia depois da estreia na televisão. A estreia é no dia temático Quartas de Cena e Cinema, 7 de maio, às 21h30

Terças das Artes – 06/05

22h – “Bernardes” (Documentário)

Com narrativa não linear, o filme aborda de forma contundente a polêmica vida profissional e familiar do arquiteto, urbanista, designer, escritor, poeta e inventor Sergio Bernardes. Um homem de personalidade afiada e corajosamente inventiva, questionadora e extremamente bem-humorada. Diretores: Gustavo Gama Rodrigues e Paulo de Barros. Duração: 85 min Classificação: Livre Horários alternativos: 7 de maio, quarta-feira, às 2h e às 16h; 8 de maio, quinta-feira, às 10h; 10 de maio, às 20h45; 11 de maio, às 13h30; 12 de maio, às 0h45

Quarta de Cinema – 07/05

21h30 – “Cinéticas” (Série) – Episódio: “Jorane Castro – A Amazônia como Protagonista no Cinema” – INÉDITO E EXCLUSIVO

Cecília da Fonte investiga o cinema de Jorane Castro, roteirista, diretora e fotógrafa paraense. Com uma filmografia diversa, Jorane destaca a riqueza cultural da Amazônia, colocando a região no centro de suas narrativas. Neste episódio, Cecília explora a visão de Jorane sobre a relação entre território, cultura e identidade, mostrando como o cinema amplifica as vozes da floresta. Duração: 26 min Classificação: Livre Horários alternativos: 8 de maio, quinta-feira, às 1h30 e às 15h30; 9 de maio, sexta-feira, às 9h30; 10 de maio, sábado, às 20h45; 11 de maio, domingo, às 13h

Quinta do Pensamento– 08/05

22h– “Jacques Derrida – O Filósofo da Desconstrução” (Documentário)

Durante muitos anos, detalhes da vida do filósofo franco-magrebino Jacques Derrida (1930-2004) pareceram permanecer ocultos. Autor de dezenas de livros, ele foi o responsável pela criação do conceito de “desconstrução” na filosofia. Este documentário explora acontecimentos que marcaram a trajetória do escritor com imagens de arquivo e do seu acervo pessoal, além de entrevistas com amigos, familiares e pesquisadores. Argelino e judeu, Jackie Derrida ­— ele mudou seu nome para Jacques no lançamento de seu primeiro livro — foi excluído durante boa parte da sua juventude devido às suas origens, motivo que o fez ser expulso da escola aos 12 anos de idade. No meio do século XX, o mundo enfrentava a Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, a Argélia lutou bravamente pela sua liberdade da França. Ambos os acontecimentos impactaram a vida do jovem, que viu o seu sonho de ser professor se tornar inviável. “A transição para a filosofia aconteceu no momento em que, no primeiro ano, em Argel (capital da Argélia), eu entendi que não tendo estudado grego à época, eu não poderia passar no concurso para professor”, diz o próprio filósofo em gravação recuperada para o documentário. Ele inicia os estudos na área da filosofia influenciado pelos trabalhos de Rousseau e Nietzsche. Em 1962, Derrida publica o seu primeiro livro, “A Origem da Geometria”. É nesse momento que ele começa a chamar atenção de pesquisadores, estudiosos e acadêmicos pela sua originalidade, uma de suas características mais marcantes. Direção: Virginie Linhart Duração: 52 min Classificação: 12 anos Horários alternativos: 9 de maio, sexta-feira, às 2h e às 16h; 10 de maio, sábado, às 15h; 11 de maio, domingo, às 23h; 12 de maio, segunda-feira, às 10h

Sextas de História e Sociedade – 09/05

23h – “Dinheiro Sujo: Por Dentro da Economia Soviética” (Série) – Episódio: “A Mobilização Social” – INÉDITO e EXCLUSIVO

Como a URSS, considerada uma potência industrial de segunda linha, conseguiu derrotar o exército da Alemanha nazista e garantiu seu lugar entre os vencedores? Arquivos históricos e historiadores explicam como a URSS, que se esperava que fosse perder, mobilizou seu povo e seus recursos como nenhuma outra nação até então, a ponto de deter o avanço implacável das tropas de Hitler. Direção: Gil Rabier Duração: 45 min. Classificação: A Livre. Horários alternativos: 10 de maio, sábado, às 3h e às 16h; 11 de maio, domingo, às 16h; 12 de maio, segunda-feira, 17h; 13 de maio, terça-feira, às 11h

Sábado – 10/05

13h30 – “Grupo Corpo Pela Música” (Documentário)

Com mais de 45 anos de existência, o Grupo Corpo — companhia de dança mineira que está entre as mais importantes do Brasil — mergulha em sua própria trajetória através das trilhas sonoras de vários de seus espetáculos. O que elas têm em comum? A música brasileira. O ponto de partida do documentário são depoimentos dos compositores das canções que embalam as coreografias de Rodrigo Pederneiras — encenadas por seu irmão Paulo, que responde pela direção artística da companhia —, como Caetano Veloso, Lenine, João Bosco, Arnaldo Antunes, Samuel Rosa, José Miguel Wisnik, Moreno Veloso, Domenico Lancellotti e a banda Metá Metá. O filme revela como as aclamadas criações da companhia de dança partem das trilhas sonoras, que são sempre uma força motriz dos espetáculos. Através de entrevistas, os compositores falam sobre seus processos criativos e relatam a experiência de produzir trilhas para um espetáculo de dança, revelando um pouco de suas inspirações e dos sentimentos envolvidos no convite, sempre muito aberto e irrestrito, para que deixem sua criatividade fluir e ditar os rumos de cada novo trabalho. Entre os espetáculos citados estão “Onqotô”, cuja trilha foi composta por Caetano e José Miguel Wisnik; “O Corpo”, com canções assinadas por Arnaldo Antunes; “Benguelê”, por João Bosco; “Suíte Branca”, por Samuel Rosa; “Gira”, pela banda Metá Metá; “Triz” e “Breu”, por Lenine; “Ímã”, por Domenico Lancellotti, Kassin e Moreno Veloso; e “Parabelo”, por Tom Zé e José Miguel Wisnik.Direção: Armando Mendz e Janaina Patrocínio. Duração: 81 min. Classificação: Livre. 

Domingo- 11/05

11h45 – “101 Canções que Tocaram o Brasil” (Série) – Episódio: “Ó Abre Alasl”

Apresentada pelo jornalista e produtor musical Nelson Motta, a série “101 canções que tocaram o Brasil” faz um passeio pela história da música popular brasileira, começando pelas marchinhas carnavalescas e pelo samba. “Ó abre alas”, canção de Chiquinha Gonzaga, foi a música escolhida como ponto de partida dessa jornada musical e dá nome ao primeiro episódio. “Feminista antes mesmo da criação do termo, republicana e abolicionista, Chiquinha Gonzaga fez uma revolução de costumes por meio da música. Foi, ao lado do mestre Joaquim Callado, uma das fundadoras do choro”, introduz Motta, antes de contar que a famosa marchinha foi criada sob inspiração da paixão da compositora, então com 52 anos, por um aluno de 16. O episódio segue trazendo histórias curiosas sobre os sambas “Pelo telefone” (1916), “Carinhoso” (1917), “Adeus batucada” (1935) e “Palpite infeliz” (1936), entre outros. Direção: Roberto de Oliveira Duração: 26 min Classificação: Livre

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