*Por Thiago Regis
A Universidade de Baltimore realizou um estudo recentemente com a empresa de segurança Cheq, que revela que as marcas investirão US$ 8,5 bilhões com marketing de influenciadores até o final do ano. Mas o que mais me deixa alarmado é que, segundo o estudo, as fraudes custarão mais de US$ 1,3 bilhão em 2019, podendo chegar a US$ 1,5 bilhão em 2020. Sim, as fraudes em automação e robotização que simulam grandes engajamentos e interações com o público não são meras lendas urbanas, elas existem de fato!
Porém, esse cenário já está sendo impactado de forma brusca com a mudança do algoritmo do Instagram. Quando houve a questão de remoção dos likes, muitos blogueiros e influenciadores ficaram preocupados com o que fariam e que artimanhas criariam para mostrar a sua força diante das marcas, com o objetivo de confirmar o quanto estavam engajando e a sua relevância como influenciadores.
As empresas investiam nesses influencers, se baseando pelo número de seguidores e avaliando-os de acordo com essa métrica, tendo a certeza que ali iriam performar e vender muito mais, além de conseguir seguidores. O engajamento era a principal ferramenta avaliada, porque a postagem gera um número de curtidas, que gera um número de comentários; os stories levam às visualizações, que aumentam os acessos aos links. Esses dados estavam muito claros antes da mudança do algoritmo.
Com isso muitas coisas serão diferentes, o que performava de um jeito, não está mais igual e existe toda uma teoria sobre as postagens passarem a ter mais qualidade ou os conteúdos serem mais relevantes para que as pessoas interajam com aquilo. E aqueles que usavam automação e robô para aumentar números em seus perfis se prejudicaram.
Para que você entenda o processo de entrega desses conteúdos, explicarei de uma forma bem simplista: a publicação é entregue para 10% das pessoas que te seguem, se o que você postar for relevante e performar próximo desses 10%, se o público interagir de alguma forma, comentando ou curtindo, por exemplo, o Instagram entende que aquilo é bastante interessante e abre para os 90% restantes gradativamente.
Tem muita postagem ruim e desinteressante por aí, que não engaja em nada e não são fortes para as empresas, então, a plataforma mudou o algoritmo para que as pessoas postem conteúdos mais relevantes, reafirmando o objetivo do Instagram que é ser uma plataforma de conteúdo bons e importantes.
Agora haverá uma separação do que realmente é válido e deve chamar a atenção das marcas, do que não é, do que muitas vezes é fraudado pela automação. A pergunta que fica é: o que será dos influenciadores após esse colapso dos likes?
*Thiago Regis (@thiagoregismkt) é empreendedor, influenciador e mentor em estratégias de Marketing Digital para empresas. Também atua como palestrante de marketing digital e empreendedorismo.