Dia Mundial da Hipertensão: médicos cardiologistas chamam atenção para os cuidados e tratamento da doença que atinge mais de 1 bilhão de pessoas

Em 90% dos casos a doença é herdada dos pais, no entanto, especialistas apontam que há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, como fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, entre outros

No próximo dia 14 de maio acontece o Dia Mundial da Hipertensão. A data tem como objetivo trazer conscientização sobre o assunto, alertando a população para a importância do diagnóstico preventivo e tratamento. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença afeta cerca de 30% da população adulta em todo o mundo, ou seja, mais de 1 bilhão de pessoas.
 

Popularmente conhecida como pressão alta, a hipertensão arterial está relacionada ao aumento anormal da pressão que o sangue faz ao circular pelas artérias do corpo. Ocorre quando a medida da pressão se mantém acima de 140×90 milímetro de mercúrio (mmHg), se tornando um grande fator de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares.
 

Segundo Diandro Mota, cardiologista com doutorado em hipertensão e diretor médico da Neomed, healthtech brasileira criada com o propósito de reduzir a distância entre os sintomas e o tratamento de pacientes cardiovasculares, as causas mais frequentemente associadas à hipertensão são: obesidade, distúrbios do sono, alterações da tireóide e uso de medicamentos, como anticoncepcionais e corticóides.
 

“Por se tratar de uma doença que geralmente é silenciosa, muitas pessoas não sabem que estão com a condição. Os sintomas, que são de difícil percepção — incluindo tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alteração na visão, quando se manifestam já colocam o paciente em estado de risco”, diz.
 

Diante disso, Diandro aponta que é fundamental desenvolver o costume de medir a pressão arterial de forma regular. Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), apontam que o controle da pressão arterial reduz em até 42% o risco de derrame e em 15% o risco de infarto.
 

De acordo com Danielli Orletti, médica sanitarista e coordenadora médica da healthtech, é possível ser diagnosticado com pressão alta em qualquer fase da vida. Por mais que a doença não tenha cura, é possível controlá-la com o tratamento adequado, destaca. O uso de remédios nem sempre é obrigatório, vai depender da avaliação clínica e dos motivos que levaram o paciente a desenvolver o quadro de hipertensão.
 

“Em boa parte dos casos, trata-se de uma condição que pode surgir por fatores hereditários, logo, não temos como controlar. Contudo, a adoção de hábitos saudáveis é essencial para a garantia de uma melhor qualidade de vida”, aponta Orletti.

A hipertensão hereditária, ou seja, que tem a característica de ser familiar, responde pela maioria dos casos de hipertensão. No entanto, entre 10% e 20% dos casos existem causas específicas para a elevação da pressão que, quando adequadamente investigadas e tratadas, podem resultar em tratamento bastante promissor. Porém, os médicos destacam que, em casos de hipertensão antes dos 30 ou após os 50 anos de idade, é muito importante a investigação de causas de hipertensão secundária.

Para Diandro Mota, os principais cuidados que devem ser tomados para evitar a hipertensão estão ligados ao estilo de vida.

“Praticar exercícios físicos de forma regular, manter um bom padrão alimentar. Isso se dá pela limitação de alimentos ricos em sódio e ultraprocessados, dando prioridade a alimentos ricos em potássio e magnésio. Além de cuidar da saúde mental, manejando o estresse e ansiedade, e ser capaz de controlar hábitos e vícios, como etilismo e tabagismo”, finaliza o médico.

Recentemente, a Neomed desenvolveu o Kardia, inteligência artificial destinada para hospitais e prontos-socorros. A plataforma ajuda no diagnóstico e na conduta médica de pacientes agudos e desde sua implementação, já conseguiu obter 135,8 de anos de vida salvos, o que resulta em média 86 dias de vida salvos por caso de Infarto com Supra DE ST’. Cerca de 68% dos casos foram em pessoas do sexo masculino e a maior parte dos pacientes estavam na faixa etária entre 60 e 69 anos.