com investimento de 400 reais, Amanda Santos e alavanca sua marca de roupa
Quando fazemos o que gostamos, mesmo que seja muito árduo, ainda assim é mais fácil de suportar e encontrar outras saídas”, comenta Amanda Santos, idealizadora da AMD Moda Feminina
Afroempreendedora Amanda Santos, de 28 anos, mãe, nascida e criada na Cohab II, em São Paulo, e detentora da marca AMD Moda Feminina.
Desde muito jovem, Amanda conta que tinha o sonho de possuir seu próprio negócio. Ela relembra que na quinta série do ensino fundamental, quando tinha 10 anos, vendia trufas, pão de mel e bijuterias para os colegas da escola, a fim de ajudar com as contas de casa e poder comprar coisas para si. De origem humilde, o trabalho sempre esteve inserido na sua rotina.
A venda de roupas sempre significou uma renda extra na vida da afroempreendedora Amanda Santos. Mesmo assim, o negócio acabou trazendo duas experiências de falência à ela, que obrigaram a jovem a voltar ao mercado de trabalho convencional.
Em 2020, ela começou a trabalhar numa grande empresa de turismo. Mesmo em um bom cargo e com um salário competitivo, ela não se sentia feliz e realizada. A partir desta frustração, ela decidiu arriscar de fato em uma marca própria. Por não possuir loja física no início, ela vendia em estações de metrô, tentando fazer o negócio crescer. Ela vendia as roupas na hora do almoço da empresa, a noite fazia entregas nas estações de metrô e, aos finais de semana, ainda até as casas das clientes com um carrinho cheio de roupas, pegando metrô, ônibus, andando a pé.
Com um investimento inicial de R$ 400, Amanda criou a AMD Moda Feminina – uma marca humanizada de roupas inclusivas, focada na mulher brasileira e no bem estar.
“Quando fazemos o que gostamos, mesmo que seja muito árduo, ainda assim é mais fácil de suportar e encontrar outras saídas. Eu tive a oportunidade de criar uma carreira no mercado comercial, mas optei por fazer o que amo que é trabalhar com moda”, avalia.
Pensando na diversidade de corpos femininos, Amanda percebeu a carência em atender tamanhos maiores. “Foi exatamente aí que veio o meu diferencial. Nós confeccionamos roupas do 36 ao 52 e a ideia é expandir até o 60. Produzimos roupas para corpos reais, para corpos com curvas principalmente”, salienta.
“Não tem horário certo de trabalho e a atenção à família muitas vezes fica a desejar. A falta de respeito, infelizmente, também é algo que pesa. Além disso, é difícil outros empresários me verem como empresária, de colocarem fé de que realmente eu possuo um negócio próprio. Sinto que sempre tenho que estar provando algo”, pondera.
Atualmente, Amanda possui loja física e uma equipe com quatro funcionários. A empresária pretende continuar sua trajetória dentro do mundo da moda, crescendo junto com o mercado. Ela estuda Direção Criativa e Styling de Moda e está expandindo cada vez mais seus horizontes com o objetivo de continuar fazendo o que sempre sonhou em fazer.
“A curto prazo, pretendo abrir um espaço no centro de São Paulo para que fique mais acessível às clientes. Quero também aumentar a escala de confecção, em número de peças e numerações. Uma filial no Rio de Janeiro também está nos planos. Já em longo prazo, desejo estender o projeto para confecção de masculino e infantil”, finaliza.