Psicóloga Ana Volpe analisa a pressão cultural para que as mulheres se tornem mães
Muito se fala sobre o momento de a maternidade ser mágico na vida de uma mulher e que, a partir dessa experiência, ela descobrirá o verdadeiro sentido da vida. Essa é a realidade de muitas mulheres que sonham em se tornar mães ou, até mesmo, daquelas que lutam para engravidar e realizar esse grande desejo. Porém, nem todas as mulheres compartilham do mesmo sonho, mas boa parte delas se sente pressionada a ser mãe durante algum período da vida.
Analisando esses fatos, a psicóloga Ana Volpe, especialista em psicanálise, traz o questionamento à tona: “Toda mulher sonha em ter filhos ou somos constantemente incentivadas a isso?”. A especialista analisa o fato de a maternidade ser inserida desde criança na vida das meninas, que são incentivadas a brincar com bonecas e ser mãe delas em um mundo lúdico, diferente do que é feito com os meninos.
Logo após os 30 anos de idade, o assunto “filhos” se torna ainda mais recorrente e a pressão para que as mulheres se tornem mães fica ainda mais intensa. A romantização da maternidade é algo que prejudica o psicológico até mesmo de mães que não encaram o momento de maneira “mágica” por inúmeras questões e se veem pressionadas a isso, o que não significa que amam menos os filhos, mas lidam de uma maneira mais realista.
“Nem toda mãe encara a maternidade de maneira mágica e nem toda mulher só vai se sentir completa se for mãe. Precisamos parar de colocar essa pressão nas mulheres e de romantizar a maternidade, para que nenhuma de nós se sinta menos mulher por pensar diferente do que a sociedade espera”, conclui Ana Volpe.
Sobre a Ana Volpe l @ aninhavolpe
Ana Volpe é psicóloga com especialização em psicanálise pela USP-Universidade de São Paulo, além de é farmacêutica industrial com especialização em cosmetologia e perfumaria.