Artrose nas mãos: Você sabia que o uso excessivo de celular pode ser um fator de risco?

Quatro em cada dez pessoas terão esse problema. Saiba como não sofrer com dor e limitação de movimentos

A artrose nas mãos começa com uma sensação de que as juntas dos dedos estão ressecadas, como se estivessem travadas ou até mesmo um pouco inchadas e se nada for feito, com o tempo vem a dor. É o que explica o fisioterapeuta e diretor clínico do ITC Vertebral e do Instituto Trata, Bernardo Sampaio.

De acordo com o profissional, essa doença provoca o desgaste das articulações das mãos e assim, aumenta o atrito entre os ossos, que acaba causando dor, dificuldade para realizar movimentos simples no dia a dia, como segurar objetos ou escrever, e nos casos mais avançados, a formação de nódulos duros nos dedos, provocando deformações.

No Brasil, o uso do celular é ainda mais preocupante, já que, segundo levantamento da plataforma Eletronics Hub, as conexões móveis celulares ativas no Brasil em 2023 eram de 221 milhões, número equivalente a 102,4% da população total do país. “Essa condição pode ser bastante limitante, principalmente quando atinge as duas mãos, e é mais comum em idosos e em mulheres na menopausa, devido ao envelhecimento da cartilagem. Além disso, ela também pode acometer pessoas que realizam atividades que exijam frequentemente as articulações das mãos, como o trabalho doméstico, por exemplo”, diz Bernardo. “Doenças inflamatórias, autoimunes ou genéticas também podem favorecer a rigidez das mãos, resultando em artrose”, completa.

Mas na era digital, não é incomum ver essa patologia em pessoas jovens, já que essa doença também está associada ao uso excessivo de celular ou computador. Ainda segundo o fisioterapeuta tanto o diagnóstico, quanto o tratamento inicial, é clínico, feito através de medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos, imobilização e reabilitação. “Medicamentos protetores de cartilagem também podem retardar o processo de desgaste e consequentemente diminuir a dor”, explica.

Em casos mais avançados é melhor que seja realizada uma intervenção cirúrgica, cujo método depende da articulação envolvida e também do grau da artrose, como terapia a laser, exercícios e massagens fisioterapêuticas.

“O objetivo principal é fortalecer os músculos ao redor dessas articulações. Geralmente, são indicados exercícios leves e de baixa intensidade. Vale destacar que a fisioterapia deve ser associada com outros métodos para complementar o tratamento”, finaliza Bernardo.


Saiba mais sobre Bernardo Sampaio: Fisioterapeuta pela PUC Campinas, possui especialização e aprimoramento pela Santa Casa de São Paulo e é mestrando em Ciências da Saúde pela mesma instituição. Atua como professor universitário em cursos de pós-graduação na área de fisioterapia músculo esquelética e é Diretor Clínico do Centro Especializado em Movimento (CEM), ITC Vertebral e Instituto Trata, de Guarulhos.
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