Por Tadeu Ferreira (*)
Nos últimos anos, com a ascensão da internet e o uso cada vez maior de tecnologias, o conhecimento ou a experiência técnica/operacional deixou de ser fator determinante no mercado de trabalho – esse, mais competitivo, passou a considerar, também, características como autoconfiança, empatia, resiliência e assertividade diante de uma realidade que está sujeita a adversidades, exigindo senso crítico, criatividade, agilidade e flexibilidade.
Com a pandemia de Covid-19, manter o equilíbrio emocional tem sido fundamental. Lá no início dela, grandes empresas perderam talentos, tiveram problemas de retenção desses profissionais e dificuldades para adaptar as pessoas em home office. Com isso, a questão do conhecimento comportamental, de um olhar para a competência emocional, passou a ser muito mais discutida.
Uma pesquisa realizada pela Aprimorha no início da pandemia com cerca de 80 clientes revelou que mais de 50% das empresas não investiam em competência emocional, justamente em um momento em que passavam por um processo de implantação de home office. Essa mesma pesquisa, aplicada em março deste ano com outros 80 clientes, mostrou que mais de 70% estavam preocupados em fazer algum investimento em autodesenvolvimento.
O caminho do autodesenvolvimento, da inteligência emocional, é um modo de mitigar riscos durante fases mais críticas e adversas, como a que vivemos. Essa alternativa consiste em contratar alguém que já tenha consciência sobre si mesmo ou aplicar ferramentas de acesso e treinamentos dentro da empresa para estimular o desenvolvimento do profissional.
Com o retorno gradativo das atividades, a continuidade do home office ou a adoção de um sistema híbrido vai exigir ainda mais resiliência das pessoas. Um jovem de 19 ou 20 anos, por exemplo, que começou a trabalhar de forma remota e ainda não esteve presencialmente em um escritório, terá mais dificuldades com todo esse processo de retomada. Nesse caso, as competências emocionais e comportamentais dele terão que ser desenvolvidas para se construir uma cultura corporativa.
É essencial que as pessoas busquem o autoconhecimento. Há diversas ferramentas gratuitas disponíveis para que alcancem esse entendimento e compreendam o que sentem, como e por quê. O mercado de trabalho vai exigir, cada vez mais, o equilíbrio emocional dos profissionais para que consigam manter sua empregabilidade.
É comum se contratar um profissional pela sua capacidade técnica e demiti-lo por fatores comportamentais. Então, é fundamental durante um processo seletivo, na entrevista, avaliar o comportamento do candidato, assim como o que ele busca, pois isso está ligado a diversos aspectos, como seus valores e suas perspectivas de vida.
(*) Tadeu Ferreira é fundador da Aprimorha e atua com relacionamentos estratégicos em busca de oportunidades aos clientes da empresa, além de mentor de empresários e profissionais que buscam uma mudança de carreira tradicional. Com mais de 15 anos de experiência, é um profissional com sólida experiência em orientação, recolocação e mentoria (coaching de carreira).