Em tempos de coronavírus, a indústria musical desponta como uma das mais afetadas. Cancelamentos de shows e eventos preocupam os artistas menores que não possuem outra fonte de renda. Pensando nisso, o TIDAL, plataforma de stream de música e entretenimento, lançou nesta semana o projeto Cena Brasil, que selecionou curadores de cada estado brasileiro para montar as playlists “Nova Cena Brasil”, indicando as revelações de cada lugar, e “Essencial Cena Brasil”, para os clássicos que todo mundo deveria conhecer.
No norte do país, Philipe Ramos, que é radialista, escolheu ritmos diversos para compor a playlist do Tocantis: rock, sertanejo, rap e a pisadinha, principal ritmo das periferias de Palmas, podem ser conferidos. Ele recomenda que a degustação se inicie por Mário Xará, que recentemente criou um álbum de forró e xote cheio de influências nortistas, passando pela banda Indxxr, que é um grupo de trap funk renomado na cena independente do estado, até chegar em Theo Santana, o rei das pisadinhas: “Todos deveriam conhecer esse ritmo, a música guery guery dele virou um hino local”, completa o curador.
A região nordeste também foi bem homenageada neste projeto. O baterista da banda Vivendo do Ócio, Dieguito Reis, é um dos curadores que respira música baiana e criou, em suas playlists, uma linha do tempo, com início meio e fim: “Trouxe o soul baiano, o axé dos anos 90, rock e até os novos nomes do trap. Recomendo que todos comecem pela playlist Essencial pra compreender a diversidade de ritmos da região”.
Pra quem pensa que o Centro Oeste só vive de sertanejo, deve conferir a seleção fresquinha e diversa disponível no TIDAL. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, as influências do Pantanal e das fronteiras com Paraguai e Bolívia enriquecem o repertório, que aparece com muito acordeon, viola, harpas e vozes marcantes, como a da cantora Delinha e da banda de rock O Bando do Velho Jack. Quem indica os sons é o produtor artístico Renato Zanon, que ainda dá destaque para a curadoria da Nova Cena, cheia de batidas diferentes que vão da música instrumental ao eletrônico.
Já na região sudeste, a diversidade chega ao ponto mais alto. Segundo Jorge LZ, pesquisador musical carioca, não existe essa questão de divisão de gêneros por região: “O foco deve ser a abordagem que cada lugar faz frente ao estilo musical, por exemplo, aqui no Rio de Janeiro temos o concreto das montanhas e a fluidez do mar que convida as pessoas pra rua, por isso os artistas aqui tem uma liberdade de criação e um despojamento diferenciado. A base instrumental daqui é a percussão, que referencia a batida na mesa do bar e na palma da mão.” Nas playlists criadas pelo curador, o samba soa rock, o popular soa erudito e tudo funciona harmoniosamente.
Por fim, o Sul, que segundo o produtor musical Thiago Piccoli passou por grandes mudanças nos últimos dez anos. Apesar de ter nascido nos tempos áureos do rock gaúcho, ao som de Engenheiros do Hawai e Bidê ou Balde, o curador exalta principalmente os artistas da Nova Cena, dando destaque ao espaço que foi tardiamente dado às mulheres e aos negros na região: “Antes não havia representatividade, então todo mundo associava a região sul a estas bandas de rock. Felizmente hoje temos uma pluralidade que é essencial no cenário musical”. Artistas como a rapper Negra Jaque e o grupo de música instrumental Kiai aparecem na seleção de Thiago feita exclusivamente para o TIDAL.
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